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terça-feira, 5 de julho de 2011

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE UM POLÍTICO


Ah...se eu pudesse voltar atrás, certamente, faria tudo diferente, mas, agora é tarde e explicarei melhor a vocês às minhas lamentações. Aos trinta e três anos resolvi entrar na vida política, fui eleito por àqueles que acreditavam nos meus discursos e nas minhas conversas repletas de promessas e mais promessas. Consegui enganar muitos eleitores, na época, cerca de oitocentos apostaram em meu nome para defender o município. Mas que defender que nada, eu queria mais que o povo se danasse, pois o que eu precisava mesmo era sentir o gosto do poder. Na câmara eu assinava todos os documentos, sem me importar com os questionamentos dos munícipes, pois o que eu queria mesmo era status. Fiz até uma parceria com a administração e com os jornais locais que permitiram blindar o meu nome e, ao mesmo tempo ganhar mais popularidade. Propinas? Claro que eu cobrava, afinal, alguém tinha que ostentar os meus luxos: meus carrões, minhas roupas de grifes, minhas viagens, meus cavalos, minhas jóias e as jóias das minhas amadas. Comprei diversas casas e terrenos, construi mansões, tudo com o dinheiro público. Curti bastante, não me importei em estudar e me profissionalizar. Hoje, aqui, neste caixão gelado percebo que nada sou e que nada fui. Analiso as pessoas que estão em minha volta, só a minha família chora. Sobraram poucos, não sei se os que estão aqui conseguirão levar o meu caixão sozinhos. Alguns me olham com ar de dó, de pena e outros me olham meio atravessados, nem honrarias terei. Mas, dou razão a eles, afinal de contas prometi o mundo e o fundo para os eleitores na hora de buscar o meu voto, mas nada cumpri. As trapaças, a ganância, o poder e a vontade de chegar ao topo, só me trouxeram rancor, melancolia, ódio, inimizade e solidão que resultou em uma doença incurável, o câncer. Agora é tarde para voltar atrás, já estou morto. Mas, se eu pudesse voltar atrás faria tudo diferente. Construiria amizades sinceras, daria mais valor à minha família, e apegava mais ao Pai Maior, respeitava mais o ser humano e, praticava a caridade. Como não fiz e não posso mais fazer isso, deixo aqui minha mensagem para aqueles que, assim como eu, agem de forma errada achando que estão agindo certo. Não se apeguem ao bem material, não enganem e maltratem as pessoas mais humildes, não façam festas com o dinheiro público e, respeite mais o ser humano. Pratiquem a caridade e façam o bem às pessoas, ajudem os necessitados, e se apeguem mais a Deus, pois somente praticando esses atos terão alívio e conforto em vossos corações.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

INTELIGÊNCIA OU MORTE

                Confesso a todos que acompanham as minhas escritas (agora somente pelo blog) que relutei muito para escrever esta crônica. Primeiro porque achei que estava pegando muito no pé dos vereadores locais e segundo porque gostaria de falar sobre outros tópicos. Mas, me deram motivos de sobra para, novamente, alfinetar os nobres companheiros.
            Não sei se foi coincidência, mas o sinal da Câmara on line foi cortado impossibilitando assim que os eleitores acompanhem o trabalho daqueles que foram eleitos pelo povo. Digo coincidência porque as minhas escritas foram baseadas nos trabalhos dos nobres companheiros. Nelas eu criticava, de maneira construtiva, o comportamento dos nobres, suas presenças, ausências, o atraso das sessões, suas leis, indicações e decretos. Assistia os companheiros folheando jornais e revistas e atendendo os celulares como se estivessem em praça pública e ainda, àqueles que, com deboches e conversa ao pé da orelha, mostrava desinteresse em ver o companheiro debatendo problemas do município na tribuna. Estes e outros fatos foram minha fonte inspiração por isso que escrevo sobre a tal coincidência.
            Percebe-se claramente que o tempo da ditadura está na moda em nosso município, pois naquela época muitos programas, muitas escritas foram proibidas porque relatava, com veemência, a verdade nua e crua dos problemas políticos. E em pleno século XXI, em pleno município de Ibiúna, somos impedidos de assistir, acompanhar e avaliar, ao vivo e a cores, o trabalho dos vereadores.
            Não sei de quem foi à idéia, mas no meu ponto de vista, isso não foi uma estratégia inteligente. Não precisamos de vereadores com pensamentos mesquinhos e egoístas. Precisamos de vereadores que pensem no bem estar do município assim como do eleitor. Precisamos de gente inteligente que pense em desenvolvimento, no andar para frente.
            Continuem usando a inteligência de forma errada, continuem subestimando nossas inteligências e achando que tudo podem. Continuem zombando do eleitor, mas não se esqueçam, o poder de voto está em nossas mãos e, quem ri por último, ri melhor. Boas reflexões!