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quarta-feira, 13 de abril de 2011

NADA ALÉM DE NADA

Ali estava ele...
Calado...
Pensativo....
Como se estivesse em outra dimensão.
Seus olhos olhavam para o nada, sem entender o que olhava e sem saber o porquê olhava. Corpo esguio, desmotivado, arcado, doente, continuava olhando, sem entender o que via.
O que será que ele está pensando, ou será que ele pensa?
As pessoas que ali passavam não o viam, é claro, ele não era ninguém. Para as crianças que ali brincavam, ele era uma pedra, que atrapalhava a bola correr. Para os casais de namorado ele não era uma lua. Sendo assim, só lhe restava partir. Talvez para um lugar onde possa ser a lua e não uma pedra. Possa dar e ter amor. Talvez um lugar onde as pessoas se amem. Pode até ser em outra dimensão, desde que seja tratado como um alguém.

A ALEGRIA DE UNS É A TRISTEZA DE OUTROS

            É, impressionante como os políticos e os meios de comunicação adoram quando alguma tragédia acontece. Brigam o tempo todo para alcançar a audiência, discutem sobre as mortes, as armas, mostram, explicitamente, os corpos ensanguentados como se fosse algo simples e comum de se apreciar. No caso do Realengo, as atitudes da mídia e dos políticos não podiam ser diferentes. Usaram e abusaram daquele que, um dia serviu como chacota na escola após colocarem sua cabeça dentro de um vaso sanitário e deram a descarga. Mostraram suas fragilidades, seu comportamento anormal, suas vestimentas escuras, e sua exclusão perante a sociedade. Levantaram todo o problema que, certamente algum educador já havia percebido e, devido à falta de estrutura educacional, nada pode fazer. E as crianças assassinadas, certamente, suas histórias serão assistidas por milhares de pessoas nos cinemas e, até mesmo quem sabe, concorrer a algum prêmio no exterior.
E os políticos oportunistas então, utilizam de muito óleo de peroba, para consolar as vítimas e aproveitar a fragilidade dos familiares para fazer suas políticas baratas e inescrupulosas e, dependendo do falecido, ainda colocam seus nomes em ruas, pontes, escolas, praças e até mesmo erguem estátuas, e sempre almejando votos e mais votos. E para dar mais uma apimentada, ainda colocaram em suas pautas o plebiscito sobre o desarmamento como se tivessem, agora, achado uma fórmula mágica para os problemas sociais do país.
E, a vida é como ela é. A mídia brigando por ibopes, os políticos brigando por votos e nós, brigando por um lugar na sociedade. Enquanto isso, os mais frágeis, conhecidos por Wellingtons, utilizam de armas de fogo e matam inocentes como se fosse um grito de misericórdia, chamando assim a atenção daqueles que, escolheram a ofensa e o preconceito para atingir um coração que só queria amor e carinho.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

VOCÊ TAMBÉM CONHECE UM WELLINGTON?

            “Um dia o pessoal da escola botou a cabeça dele no vaso sanitário e puxou a descarga”. Não sei se vocês assistiram essa reportagem, mas esse menino em que o amigo está falando é o matador de Realengo: Wellington de Oliveira que matou 12 alunos pré - adolescentes em uma escola no Rio de Janeiro.
            Foi um fato pra lá de triste, pois jamais tínhamos assistido um crime tão bárbaro em nosso país. Acontece que, somente quando ocorre uma fatalidade deste nível é que os políticos enxergam que, alguma coisa precisa ser feita para melhorar. Estamos envolvidos por leis toscas, repletas de brechas que permite ludibriar e encontrar saídas, para qualquer crime, que aconteça nesse país, principalmente, se o autor for rico e bem sucedido. Envolvidos emocionalmente, os políticos agem e falam com muita clareza que, realmente, existe alguma coisa errada nas leis, mas nada farão para mudar.
            Culpo as falhas das nossas leis, mas também culpo profissionais na área da educação que, acompanharam o garoto assassino, viam a falta de respeito por parte dos amigos e nenhuma providência tomaram para reverter a situação. Sei que, alguns professores, ao lerem essa crônica falarão “ela fala isso porque não conhece as nossas dificuldades”. E eu respondo: “Não conheço a fundo o problema do sistema, mas como seres humanos temos a obrigação de ajudar aquele que necessita de orientação e, tentar, fazer algo para mudar. Nada fizeram por ele, mas ele fez. Matou 12 crianças e deixou os familiares com corações dilacerados que, em hipótese alguma, o tempo amenizará as dores e as saudades.
            Mas, quantos Wellingtons existem nas escolas e são vítimas, diariamente, de chacotas e deboches?Quantos professores conhecem, pelo menos, um Wellington e nada fazem para ajudá-lo? Pois é, é bem mais fácil ignorar, estes Wellingtons, do que estender a mão. Vai que ele, realmente, tenha algum problema, não é mesmo?
            De maneira alguma aprovo a atitude do: monstro, animal, doido, louco, (termos usados pela população) do ato que ele executou, pois não temos o direito de tirar a vida de ninguém, mas creio que será preciso rever o conceito da educação e da política do nosso país. Não podemos dar as costas a alunos que, assim como Wellington, tentam chamar a atenção de alguém com suas vestimentas diferentes, seu jeito calado, seu olhar triste e seu comportamento anormal. Precisamos exigir dos órgãos públicos profissionais preparados para enxergar e curar os problemas causados pela falta de estrutura familiar e pela falta de Deus no coração. Pais, prestem mais atenção em seus filhos; professores, prestem mais atenção em seus alunos. Um simples ato de carinho poderá evitar várias mortes.
Pensem nisso!

sábado, 9 de abril de 2011

OH YES...NÓS TEMOS TIRIRICAS

             Por que somente agora se deram conta de que temos um palhaço participando no cenário político brasileiro? Por que só agora colocaram a escolaridade de um palhaço em discussão, sendo que o índice de analfabetismo em nosso país é alarmante? Por que só agora questionaram que uma pessoa despreparada não pode participar desse ato grandioso em prol à democracia do país, sabendo que despreparo é uma qualidade dos políticos?
             Não se fala em outra coisa a não ser nos votos expressivos do palhaço Tiririca que entrou na política porque encontrou um circo montado com atrações para todos os gostos e estilos. Vamos e venhamos, senhores leitores e eleitores, todo mundo riu e debochou do palhaço, seja pelas suas piadinhas de pouca qualidade quanto à sua fragilidade cultural e agora, depois desse banho de votos, tentam caçar o pobre coitado porque não sabe ler e escrever.
          Mas, se o assunto do momento é o palhaço Tiririca, que tal falarmos dos nossos palhaços Tiriricas que ocupam os meios políticos municipais e que nunca e ninguém se opôs contra esses estilos cômicos, analfabetos e despreparados que frequentam a casa de lei como se fosse a única opção de atrativo existente em nosso município.
           O deputado Tiririca desde muito cedo trabalhou em circo como meio de sobrevivência, já os nossos palhaços Tiriricas não estão pensando na sobrevivência do próximo e sim na sua própria sobrevivência. O humilde palhaço sempre teve como objetivo levar diversões a todos, seja crianças, jovens, adultos e idosos. Já os nossos palhaços só conseguem arrancar risos e gargalhadas dos telespectadores devido às besteiras que falam durante as sessões na câmara municipal que acontecem pelo menos uma vez na semana.
          Senhores Tiriricas, vocês estenderam a lona, pintaram a cara de palhaços achando que a vida era feita somente de pão e circo. Proporcionaram à população diversos entretenimentos achando isso resolveria os problemas da educação e saúde do município.
         Só não contavam com uma plateia exigente e idealizadora, - chamado por vocês de ingratos e desleais - que mostrou através dos votos a insatisfação e a indignação da política local e das palhaçadas sem graça que vêm proporcionando ao longo dos anos. É importante que vocês saibam que não somos ingratos e muito menos desleais, somos espertos e sabemos o que queremos para o nosso município. Vou mais a fundo na minha reflexão lembrando do saudoso Nelson Rodrigues que disse "Façam cara de idiotas para terem o céu e a terra", e é isso que estamos fazendo.

DIVERSÃO É MELHOR QUE REIVINDICAÇÃO

- Mãe...mãe, o João falou que a Rod.Bunjiro Nakao Km 86, que liga Ibiúna à Piedade, está totalmente alagada. Está cheio de carros parados e formaram até filas.
- Verdade?
- Sim, ele falou que tem ônibus, lotado de passageiros, caminhões, carregados de mercadorias, carros de passeios, tudo parado esperando as águas baixarem. Vamos lá ver?
- Vamos! Chame seus irmãos e não se esqueça de pegar a máquina fotográfica, quero aproveitar e tirar algumas fotos para mandar de presente para a vovó. Quero mostrar a ela, que, onde moramos, temos uma atração turística.
- Eba! Junto com as fotos a senhora conta que esse problema acontece todos os anos e que ninguém faz nada para resolver. Escreve também que as pessoas ficam até altas horas da madrugada esperando as águas baixarem para retornarem às suas casas. Escreve que até ambulâncias, com pacientes, ficam paradas sem ter como chegarem aos hospitais. Ah! Conta também que ninguém se importa com esses acontecimentos, nem mesmo ligam para a Defesa Civil ou DER para reivindicar melhorias. Fala que o povo é muito bom e que não gosta de reclamar de nada.
- Filho, se eu colocar tudo isso na carta, ela ficará horrorizada, pois onde ela mora a população reivindica centavos por centavos dos impostos pagos. Você não acha melhor contarmos somente o essencial, ou seja, que as fotos foram tiradas, num final de semana, em uma represa ou em um rio?
-É verdade, mamãe! Até porque ela não acreditaria mesmo. Ela duvidaria na existência de pessoas que prefiram a diversão que as reivindicações. Mas, como somos brasileiros e gostamos disso, vamos nos divertir.

O BEM ATRAI O BEM...

Enfim, o Natal está chegando e, juntamente, a preocupação dos comerciantes com suas vendas. Insegurança gerada por conta dos graves episódios ocorridos na administração municipal e que, certamente afetará no crescimento econômico municipal.
Em outras épocas, tínhamos inspirações de sobra para falar sobre o momento de alegria que é o Natal, momento este, repleto de magia e paz em que os comércios se preparavam para o aquecimento nas vendas sempre com muita motivação e alegria, pois sempre eram apoiados por órgãos públicos e comerciais. Muito embora, sem o apoio necessário para alavancar as vendas, ainda somos contagiados por boas energias que nos transformam em pessoas fraternas e amorosas.
Por essa razão, nesta edição, respeitarei e deixarei de alfinetar e apontar os culpados pelo retrocesso municipal. Mas, gostaria de fazer um pedido a todos os comerciantes locais e, responsáveis diretos e indiretos pelos empregos, mesmo que temporários, de jovens que encontraram em suas empresas a oportunidade de aprendizagens e crescimentos profissionais.
Sejam criativos, iluminem as ruas, contratem papais-noéis, decorem seus estabelecimentos, pratiquem atos de fé, doem-se. Permitam que os espíritos natalinos e as energias positivas entrem em vossos estabelecimentos e em vossos corações.
É preciso praticar o bem hoje e sempre, portanto, vamos exercer nossos deveres de cidadãos para cobrarmos os nossos direitos. Vamos refletir sobre nossas atitudes e escolhas. Temos que acreditar e confiar que o bem ainda prevalece, pois somente com pensamentos positivos e esperanças poderemos pensar em um futuro melhor.

SAUDADES DOS TEMPOS DE OUTRORA

A ditadura militar teve presença marcante na história do nosso país, pois foi um período bastante violento para aqueles que não respeitavam e não exerciam o dever de cidadão proposto pelos governantes da época.
O meu objetivo aqui não é relatar sobre a política e nem sobre a violência daquele período, mas sim, para refletir sobre as mudanças culturais ocasionadas pelo tempo.
No período militar, a classe artística sofreu fortes censuras devido ao rigor das leis. Chico Buarque, Elis Regina e Gilberto Gil foram proibidos de publicar suas belíssimas obras porque continham duras críticas sociais e políticas.  
Passaram-se os anos e a ditadura militar extinguiu-se do cenário político dando lugar ao regime democrático que tinha como dever: respeitar a liberdade e a vontade popular.
Com o direito de se manifestar livremente surgiram diversos estilos musicais que além de não contribuir em nada na formação cultural humana, ainda assassinam com crueldades e sem compaixão a nossa língua portuguesa.
Graças ao regime democrático somos obrigados a ouvir as músicas que fazem apologia ao crime, ao uso de drogas e à prática do sexo sem cortes e sem censuras.
Graças à democracia, a mulher melancia, jaca, morango e a mulher melão podem cantar e dançar livremente a música Créu sem sofrer nenhuma punição.
 No meu ponto de vista, essas músicas mais se parecem em vírus que se automultiplicam com muita velocidade através das ondas sonoras e afetam aqueles que têm organismos fragilizados.
Fica claro que precisamos criar vacinas à base de micro-organismos culturais, sociais e educacionais para eliminar de vez esse mal que vem causando danos irreparáveis à saúde da humanidade.

PREVENIR, AINDA, É O MELHOR REMÉDIO

           Lamentavelmente, começamos o ano com diversas tragédias climáticas. Petrópolis, Itaipava, Teresópolis, Paraná, Santa Catarina e agora a apocalíptica catástrofe no Japão. Soterramentos, mortes, terremotos, deslizes de encostas, transbordamentos dos rios, tudo isso com elevados números de mortos e desabrigados que, sem poder fazer nada, ficam a mercê da solidariedade humana.
            Ao acompanhar, através dos noticiários, os socorros às vítimas e a procura dos milhares de corpos pude perceber a importância de uma equipe, bem estruturada, do resgate e da equipe de defesa civil, órgãos estes de grande importância e obrigatoriedade em qualquer cidade seja de pequeno ou grande porte.
            Fiquei me questionando, e se um dia a natureza se revoltar contra a nossa região, estaríamos preparados para prestar os primeiros atendimentos às áreas afetadas? Vou aproveitar e responder aos munícipes que não conhecem a real situação. Vivemos em um município que possui uma extensão territorial a perder de vista, onde engloba aproximadamente 70 bairros, significando assim um número expressivo de habitantes. Atualmente o efetivo da defesa civil é composto por um número bastante irrisório de profissionais que, com todo o meu respeito, prestam serviços movidos pelos sentimentos de caridades e fé, pois não possuem nenhuma estrutura e nenhum apoio por parte dos órgãos competentes, impedindo assim, de desenvolver um trabalho sério e responsável.
Precisamos parar de achar que estamos isentos de eventos climáticos, sejamos mais humildes de aceitar que com a natureza não se brinca. É necessário, urgentemente, reconhecer o quão falhos estão as equipes socorristas do nosso município. Já está na hora de mostrarmos que temos capacidades de sermos a melhor cidade da região, mas para isso é necessário investir em bem estar e segurança da população. Senhores, invistam, treinem, apóiem, equipem, proporcionem recursos necessários para os nossos guerreiros trabalharem com dignidade e reconhecimento, só assim evitaremos choros, dores, revoltas e mortes. Boa Leitura!

REFLETIR PARA MELHORAR

Sempre nesta época nos pegamos refletindo sobre atos pretéritos, e sempre vem a nossa mente aquela frase: “éramos felizes e não sabíamos”. Trata-se de uma frase atemporal, pois passa ano e entra ano sempre nos pegamos repetindo a mesma coisa. A questão é, precisamos parar de repetir essa frase e nos concentrarmos mais em nossas felicidades, pois sabemos que os problemas atuais são apenas consequência dos nossos atos e devido a isso, precisamos ser mais responsáveis em relação às nossas atitudes.  
Na política por exemplo, já ouvi muitos eleitores falando “fomos felizes e não sabíamos”, pois em outras épocas tínhamos médicos, embora estrangeiros, mas que atendia a todos os pacientes. Tínhamos um administrador mais participativo, mesmo deixando um rombo grande nos cofres públicos, mas era amigo e pegava na mão de todos. Atitudes que certamente interromperão por um bom tempo o desenvolvimento do nosso município.
O que precisamos é refletir sobre o que queremos para nossos filhos, netos e para o nosso bem-estar social. É preciso mudar os nossos comportamentos para que nossos atos sejam reconhecidos. Exercer a função de cidadão é algo que temos que aprender, pois o cidadão não reclama, o cidadão participa, argumenta, age e corre atrás dos seus direitos. Portanto, para você que utiliza somente a época de natal para refletir sobre os seus atos, saiba que é preciso mudar, mas para melhor, pois “se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova” Mahatma Gandhi

Até tu Picapau?

Quem nunca assistiu um episódio do desenho Picapau, aquele pássaro que fingia ser maluco só para tirar proveito das situações? Acredito que, todos nós assistimos e divertimos muito com as peripécias causadas pelo pássaro.
Na minha infância eu não enxergava aquela ave como um problema sério, pois diante do contexto que vivíamos o Picapau era um desenho inofensivo e sem contra indicações.
Hoje, ao assistir a obra de Walter Lantz - que tanto me fez rir -, me deparo com uma série de contravenções que corroboram negativamente na educação de nossas crianças.
Lantz não mostrava o tema “educação” como algo de suma importância, pois em todos os episódios cujo cenário era uma escola, ele colocava a professora como a grande vilã, desrespeitando-a continuamente. Com cara de bruxa, ela não conseguia organizar uma sala de aula e muito menos controlar a bagunça que o tal pássaro fazia. As punições também eram exploradas nos episódios escolares, pois sempre que o pássaro agia de forma contrária em sala de aula, a professora, com cara de bruxa, deixava o personagem de castigo.
A palmatória, a régua, o chapéu de burro eram constrangimentos comuns abordados pelo autor na época e que na maioria das vezes não mostravam bons resultados, pois após receber os castigos, o pássaro ficava ainda mais revoltado e a sua malvadeza aumentava. Outro objeto bastante utilizado nos desenhos era a arma de fogo, o autor tornará o pássaro um assassino em série e com um prazer incontrolável em atirar em outros personagens.  
Entendemos que, diante do contexto social de 1940 (nascimento do Picapau) a educação era outra e que os professores utilizavam de artifícios para punir os alunos e adquirir respeito. E que atualmente estes artifícios não mais são utilizados e certas repreensões acarretam por transformar os professores em vilões.
Diante do contexto atual, Lantz queria semear a indisciplina, pois em todos os episódios ele deixava bem claro que o homem só se dava bem na vida se utilizasse a maldade, a esperteza e uma arma de fogo. Contrariando assim todos os princípios morais.
É lamentável, mas o que serviu para divertir as famílias anos atrás, hoje é considerado o grande vilão do século. E o pior, entra com muita facilidade em nossos lares e interfere na educação infantil com muita diversão e criatividade.
Portanto, é importante que fiquemos atentos às estripulias desse pássaro, pois os tempos são outros e um Picapau maluco dentro de nossas casas poderá acarretar em prejuízos sociais e educacionais irreparáveis.

DEFICIENTES E ESPECIAIS SOMOS NÓS

Assistindo um programa jornalístico sobre as dificuldades de locomoção dos portadores de necessidades especiais na grande São Paulo fiquei imaginando o quanto nós, seres humanos, somos irracionais quando o assunto é cidadania e respeito ao próximo. Discutindo este tema com um amigo, deficiente, percebi que a nossa falta de respeito e a nossa ignorância não ficam muito atrás da população da grande metrópole.
            Para terem idéia da proporção da nossa ignorância é preciso conhecer a nossa realidade. Moramos num município cujo número de habitantes já passou dos 70.000, segundo o Censo de 2010. Conseguimos o título de estância turística por conta da exorbitante área verde que envolve toda a nossa região. Tudo seria lindo e maravilhoso se não tivéssemos um número expressivo de pessoas portadoras de necessidades que lutam, diariamente, para terem seus direitos reconhecidos. Segundo a fonte do IBGE de 2000, cerca de 10% da população tem alguma deficiência, significando assim que aproximadamente 7.000 habitantes são portadores de necessidades especiais, ou seja, deficiências visuais, auditivas, motoras, mentais entre outras.
            Sem nenhuma estrutura, fomos denominada turística, título que causa inveja a qualquer vizinho, mas quando o assunto é inclusão dos deficientes na sociedade creio que, não causamos inveja a ninguém. As pessoas deficientes, que tentam transitar na nossa cidade, encontram-se impedidos de exercer suas funções, ou seja, não podem nem ir e nem vir, pois se fizerem isso, certamente cairão nos inúmeros buracos expostos nas ruas e calçadas. Não podem utilizar os banheiros públicos, nem irem às compras, pois dificilmente encontrarão lojas com rampas e espaços suficientes para se locomoverem com suas cadeiras de rodas.
            Sei que já existe um ônibus adaptado à disposição dos deficientes, sei que os bancos e alguns comércios já possuem estruturas externas e internas para um bom atendimento aos necessitados, mas sei também que precisamos melhorar muito. Creio que já está na hora de deixarmos de ser especiais e deficientes e mudarmos nossas atitudes. Lojistas, empresários e políticos dêem oportunidades de acessibilidade àqueles que, insistentemente, lutam pela sobrevivência e por respeito. Construam rampas, adaptem banheiros, arrumem as calçadas permitam aos cadeirantes uma forma de locomoção com mais comodidade e liberdade. Só assim, certamente, sentiremos orgulho da conquista do título de Estância Turística de Ibiúna.