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sábado, 9 de abril de 2011

DEFICIENTES E ESPECIAIS SOMOS NÓS

Assistindo um programa jornalístico sobre as dificuldades de locomoção dos portadores de necessidades especiais na grande São Paulo fiquei imaginando o quanto nós, seres humanos, somos irracionais quando o assunto é cidadania e respeito ao próximo. Discutindo este tema com um amigo, deficiente, percebi que a nossa falta de respeito e a nossa ignorância não ficam muito atrás da população da grande metrópole.
            Para terem idéia da proporção da nossa ignorância é preciso conhecer a nossa realidade. Moramos num município cujo número de habitantes já passou dos 70.000, segundo o Censo de 2010. Conseguimos o título de estância turística por conta da exorbitante área verde que envolve toda a nossa região. Tudo seria lindo e maravilhoso se não tivéssemos um número expressivo de pessoas portadoras de necessidades que lutam, diariamente, para terem seus direitos reconhecidos. Segundo a fonte do IBGE de 2000, cerca de 10% da população tem alguma deficiência, significando assim que aproximadamente 7.000 habitantes são portadores de necessidades especiais, ou seja, deficiências visuais, auditivas, motoras, mentais entre outras.
            Sem nenhuma estrutura, fomos denominada turística, título que causa inveja a qualquer vizinho, mas quando o assunto é inclusão dos deficientes na sociedade creio que, não causamos inveja a ninguém. As pessoas deficientes, que tentam transitar na nossa cidade, encontram-se impedidos de exercer suas funções, ou seja, não podem nem ir e nem vir, pois se fizerem isso, certamente cairão nos inúmeros buracos expostos nas ruas e calçadas. Não podem utilizar os banheiros públicos, nem irem às compras, pois dificilmente encontrarão lojas com rampas e espaços suficientes para se locomoverem com suas cadeiras de rodas.
            Sei que já existe um ônibus adaptado à disposição dos deficientes, sei que os bancos e alguns comércios já possuem estruturas externas e internas para um bom atendimento aos necessitados, mas sei também que precisamos melhorar muito. Creio que já está na hora de deixarmos de ser especiais e deficientes e mudarmos nossas atitudes. Lojistas, empresários e políticos dêem oportunidades de acessibilidade àqueles que, insistentemente, lutam pela sobrevivência e por respeito. Construam rampas, adaptem banheiros, arrumem as calçadas permitam aos cadeirantes uma forma de locomoção com mais comodidade e liberdade. Só assim, certamente, sentiremos orgulho da conquista do título de Estância Turística de Ibiúna.


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