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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

É TRISTE, MAS NÃO TENHO O QUE COMEMORAR!


Como o ano passa rápido, parece que foi ontem que completei 48 aninhos de denominação distrital. Foi uma comemoração bacana, pois o prefeito e os assessores vieram me parabenizar e, como de costume, me prometeram um monte de presente. Foi um dia muito feliz, pois jamais um personagem tão importante me prestou homenagem. Minha autoestima se elevou, a população ficou esperançosa e eu me senti, de fato, como um Distrito. Até os jornais locais me prestaram homenagem, tiraram fotos, entrevistaram a população, sai na foto com um monte de criançada, que felicidade! Mas, o que é bom, dura pouco, e, nesse ano, mais precisamente, no dia 25 de Janeiro, completarei mais um aninho de vida e, um ano a mais em nossas vidas significa mais experiência, sabedoria e muitas reflexões que me fizeram a chegar na seguinte conclusão: Fui feliz e não sabia!
Quando eu era jovem eu tinha uma estrutura maior do que tenho hoje, pois ofertava à população uma subprefeitura, um posto de delegacia, agência do Correio e até uma ambulância, que ficava de plantão 24 horas, no posto de saúde. Tive o prazer de ofertar também dentista e o Programa Saúde da Família em que médicos e atendentes, carinhosamente, percorriam as casas a fim de levar orientação e auxílio aos necessitados. Até ginástica para a terceira idade, hipertensos e diabéticos tive o prazer de oferecer, que tempinho bom!
E, como não é novidade para ninguém, a tristeza faz com que percamos a saúde, por esta razão já não sinto a mesma disposição daquela época. Sinto-me envergonhado, uma vez que, não tenho mais estrutura e apoio para me desenvolver. A população reclama de que eu não sou mais como era antes; os visitantes temem passar por mim em época de chuva devido ao alagamento que acontece na rodovia; culpam-me, com toda razão, pelo crescimento desordenado e mal planejado. E, para completar ainda mais a minha tristeza, ainda tenho que conviver com a perda da paróquia e, de pequenos cidadãos que, pela minha incapacidade, falta de estrutura educacional e incompetência de uns e outros, estudarão em outro bairro por não haver salas de aula na rede publica municipal. Enfim, foram tantas perca que só me resta questionar: Como posso crescer de forma correta e ordenada se ainda me tratam como se fosse um bairro? Como desenvolver e crescer corretamente se nunca tive ninguém, com competência, para me orientar e ajudar em meu desenvolvimento?
E, neste ano, meus companheiros, será pior, ano de eleição municipal, em que os candidatos vêm até mim e falam um monte de baboseiras, prometem o mundo e o fundo, fazem festas repletas de animações e brincadeiras para a criançada, “tentam” me reerguer com seus elogios toscos e mentirosos e eu, educadamente, faço de conta que acredito em tudo o que eles falam, só pra não perder a amizade.
Leitor e eleitor desculpem-me o desabafo, estava mesmo precisando expor todos os meus sentimentos. É muito difícil, para um Distrito como eu, avaliar todo o meu fracasso. É difícil ter que suportar quase sete mil habitantes e, aproximadamente, dois mil eleitores sem recurso e estrutura. Portanto, peço-lhes encarecidamente, atenção especial, principalmente, neste ano. Não se deixem enganar com conversinhas medíocres e sem conteúdos de uns e outros políticos que “tentarão” a sorte grande. O meu futuro depende vocês, por favor, escolham políticos competentes e capazes que possam trazer a minha alegria e o meu progresso de volta.

Com carinho,

DISTRITO DO PARURU

8 comentários:

  1. Parabéns Sildete pela crónica, é parabéns Distrito pos mais 1 ano, mas não se sinta só nessa pois somos mais 80.000 abandonados um grande abraço Leandro da LDG

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  2. Excelente crônica, e o dia hoje foi de inundação por aqui, e na Bunjiro NaKao. Talvez a natureza vaidosa, se lavou, para o dia de amanhã... Deve estar se arrumando para a comemoração da festa de aniversário... o Distrito ainda tem muita fé e esperança... aguardando o povo feliz e, os políticos, que sempre aparecem nesse dia...Quem será que virá, o distrito deve estar à penas...???? Paruru parabéns, nós te amamos!!! Seu povo nativo, e aqueles que aqui chegam e estabelece residencia e comercio, acredita que dias melhores virão... Apesar de vermos por todos os lados tanta destruição de sua natureza... lixo por todos os lados... crescimento na áreas de APP, com derrubada de árvores o tempo todo... E não adianta clamar para a secretaria do meio ambiente... ou defesa civil, como foi aprovada nova lei ambiental e anunciada dia 25 de agosto de 2010 ( se não me falhe a memória ), eles não tem gente para cuidar das áreas de preservação, nem atender aos chamados dos moradores sufocados pela fumaça da queimada de lixo domiciliar, e de limpeza de terrenos... e assim Paruru completa amanhã 49 anos... poluída, repleta de construções nas APA, APP, e nas ruas ...não posso deixar de comentar sobre o lixo no rio que corta a cidade... o povo daqui adora jogar lixo no rio, afinal o rio corre e leva tudo... Alem de tudo isso que a Sildete diz, que falta..., nem papanicolau fazem mais aqui... Preciso falar na poluição sonora..., carros e casas com sofisticados home teather, com músicas no último volume de altura,(não aceitam a realidade de aqui ser Estancia Turística, e possuir a lei do psiu). É o salve-se quem puder. As drogas já correm livres pelas ruas, e infelizmente, jajá as veremos nas mãos de nossas crianças... Vamos ouvir o clamor da Sildete, sobre escolher bem os nossos políticos esse ano, pois a situação aqui é complexa e urgente de Repeito as Leis de cidadania.

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  3. .....É prima....teu texto esta mt bonito pela lastimável situação em que "este" se encontra.....(pelo que sei de amigos que lá visitam)....
    É lastimável tb que nossos políticos e empresários se lembrem deste distrito somente para construções de condomínios .....
    A natureza é sábia....e tb se revolta : "a sua maneira"....pois só assim sera notada a tua morte.......
    .......PARABÉNS PARURU......APESAR DOS PESARES ......

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  4. dasilva.jcjosecarlos@gmail.com25 de janeiro de 2012 às 02:11

    Pois é Paruru, parabéns por conseguir sobreviver apesar das dificuldades. Moro aqui à mais de 10 anos e esta situação é a mesma, ano após ano. Não entendo como o setor competente ( com seus engenheiros e técnicos) não encontra uma solução adequada para o problema das enchentes aqui. Não entendo com as melhorias básicas não estão sendo ajustadas para Paruru, o bairro continua expandindo e certamente necessita de investimento para que possa atender às necessidades dos moradores. Às vezes a gente se sente desanimado ... mas vamos continuar protestando..... Quem sabe......E DEUS AJUDE A TODOS NÓS

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  5. Parabéns Paruru e de forma inédita terá uma comemoração ao tão merecido bairro, que agora sim está recebendo a devida atenção. Portanto sábado (28) esperamos todos na rua do postinho de saúde para comemorar os 49 anos do único distrito da nossa querida cidade. A partir das 14h!!

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  6. Olá Andreia, fiquei com curiosidade sobre essas devidas atenções recebidas. Gostaria de ler o que foi feito, e ver aqui no Distrito do Paruru, a realização dessa lista dessas ações. Atenciosamente. No aguardo. Anônimo do Paruru.

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  7. francispadial@yahoo.com.br

    Este tipo de tratamento que o Paruru tem recebido, é o tratamento que se dá a "curral eleitoral" e as bestas feras estão a solta.
    Para resolver, por exmplo, o problema da enchente na rodovia é só usar a cabeça:
    "...Se quando não chove as águas do Ribeirão Paruru não invadem a pista, é porque têm vasão. Até aí nada mais óbvio! Mas se quando chove forte inunda, é porque as águas não encontram uma saída para evitar a enchente. Até aí, ainda nada mais óbvio!
    Então pensemos: se as águas transbordam porque não tem saída, é porque tem alguma coisa obstruindo essa saída!"
    BINGO!
    Segundo informações obtidas de ansiãos de nossa terra, as enchentes ficaram mais freqüentes a mais ou menos 50 anos.
    Coincidindo com a construção de uma represinha para irrigação "alí para baixo" (ela ainda está lá). Ajuntando-se a falta de manutenção da limpesa do Ribeirão até essa represinha mais o acumulo constante de lixo fornescido pelo povo, ribeirinho ou não, formou-se um dique filtrante. "Não chove, a água passa. Chove, demora para passar."
    Para quem quiser ver, é só ir lá! No local era plantação de uvas que hoje não existe mais por motivo de enchente.
    Agora, para resolver o problema é só ir mexer na propriedade da CBA/Represa de Itupararanga onde foi construida a represinha.

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  8. OI Sildete, bela crônica, minha amiga! Continue a escrever: voce tem pulso e vontade de escritora! Espero ver muito mais de seus textos publicados e postados, pode ter certeza!
    Agora quanto ao Paruru, só posso dizer que os problemas do bairro são um exemplo claro da problemática social, política e urbanística de Ibiúna. POr isso textos como o seu são mais que bem-vindos, são realmente necessários. Parabéns e não desanime, continue a refletir e chamar a atenção para as muitas questões que precisam ser discutidas e enfrentadas ´no Paruru e Ibiùna. Parabéns pela sua voz e por sua garra! ASTER

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