Imagine-se andando por um bosque lindo, cheio de árvores, flores e um lago repleto de peixes coloridos. Abelhas polinizam as flores enquanto os pássaros cantam alegremente. É um lugar encantador. Você caminha, aprecia a beleza, sente o perfume das flores, alimenta os patos, joga pedras no lago e aproveita tudo o que a natureza oferece naquele momento.
À medida que segue em frente, olhando para a beleza da natureza e com a certeza de que estava blindada das coisas ruins, algo inesperado acontece. Você pisa em um buraco, uma armadilha do destino, e, sem conseguir controlar o peso do corpo, despenca descontroladamente. Durante a queda, você perde o controle do corpo e da mente, incapaz de pensar em qualquer coisa, apenas sente-se caindo em um poço profundo, sem a menor ideia do que encontrará no fundo. Enquanto continua a cair, flashes da sua vida passam pela sua mente: risadas, lágrimas, vitórias, derrotas — é como se estivesse assistindo a um filme. E, com a rapidez de um raio, você continua a despencar. Sem saber quanto tempo a queda vai durar e sem imaginar a dor que o impacto causará, você continua a despencar.
Então, você finalmente atinge o fundo do poço. O impacto é forte, como se um meteoro tivesse caído na Terra. Você fica paralisada, incapaz de se mover, com apenas os olhos ainda funcionando. A dor é tão intensa que paralisa sua respiração, e ofegante, você luta para conseguir um pouco de ar. Respirar, após o impacto, não é uma tarefa fácil. Seus olhos estão arregalados e seu cérebro luta para retomar o controle, enquanto você tenta desesperadamente capturar algum ar — afinal, você precisa sobreviver, não é mesmo?
Seus membros começam a se mexer, o que é um bom sinal. Sua mente, lentamente, volta ao normal, e você percebe que realmente está no fundo dum poço. Chegou ao limite, e agora terá que lutar para voltar ao lugar de onde veio, mas como? Aquele local é verdadeiramente assustador, o que chega a dar calafrios. Há um cheiro de enxofre no ar, musgos e terra úmida cobrem o solo, onde apenas alguns insetos sobrevivem. Ainda deitada e olhando para o alto, você enxerga acima uma pequena circunferência iluminada, talvez pelo sol, e pensa: "Como vou ver a luz do sol novamente se não tenho forças nem para mover os olhos?" Mas, você precisa sair daquele buraco. Precisa sobreviver. Então, com muita dor pelo corpo, você se senta e tenta se levantar, mas as dores são intensas e parecem impedir qualquer movimento. Com cautela, você começa a se mexer e, aos poucos, consegue ficar de pé. Observa ao redor, mas não enxerga nada por causa da escuridão. Ao colocar a mão à frente, sente a terra úmida e os musgos. Tateando ao redor, você gira em todas as direções, tentando criar uma estratégia para subir.
A SUBIDA
A primeira coisa a fazer é ter certeza de que realmente quer sair daquele buraco, afinal, você tem uma vida para seguir. Mas então você se pergunta: será que quero seguir adiante ou prefiro permanecer aqui, neste lugar frio e escuro?
No entanto, seu subconsciente quer sair daquele lugar o mais rápido possível; ele não suporta mais vê-la sofrer. Ele sente o seu coração se dilacerando aos poucos, uma dor indescritível, como se todas as armas frias e pontiagudas tivessem seu coração como alvo, atacando-o sem dó nem piedade. A dor é intensa. Seu subconsciente luta com todas as suas forças para impedir essa dor e, ao mesmo tempo, para sair daquele lugar. Então, com cautela, ele implora para que você se fortaleça, para que se reergue. "Vamos, você consegue!"
Você o escuta e, controlando a dor no peito, começa a se arrastar contra a parede. Vai subindo devagar, cravando os dedos naquela terra úmida até as pontas sangrarem. Com insistência, lutando contra todas as forças do mal, você continua a subir. Olha para o alto e vê a luz do sol mais próxima, pensando: “Logo irei te alcançar.” E, ainda chorando de dor, você segue, porque agora quer sair, quer viver, quer sentir a alegria da vida.
Mesmo com cicatrizes profundas, ao alcançar a luz, você entende que a vida continua, e que, embora a dor nunca desapareça por completo, cada passo adiante é uma homenagem àqueles que amamos e perdemos.
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